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por Samantha Tedesco, autora de Círculos: Segredos e Sagrados

Quem são os homens que carregam o arquétipo de Apolo? Primeiro de tudo, arquétipos são modelos que somatizam um conjunto de aspectos do nosso inconsciente coletivo. O papel de cada mitologia seja grega ou não, é trazer tais modelos  á sociedade e ao dia-a-dia  dos indivíduos que a compõe  através dos mitos, por conseguinte, é natural que cada pessoa se identifique com um desses arquétipos mais do que os outros o que explica  na época os indivíduos  cultuarem determinado deus ou deusa com base nessa “afinidade” ou por admiração ou em casos específicos de pedidos/ oferendas. Dito isso, essas narrativas que atravessam os séculos servem de base para entendermos melhor como funcionam os padrões repetitivos e como as pessoas se sentem pertencentes a um determinado grupo ou atraem determinadas situações.

Apolo, deus grego, irmão gêmeo de Ártemis, filho de Zeus e Leto, descrito sempre como uma figura masculina carregando ora um arco e flecha ora uma harpa, beleza física inquestionável , personalidade determinada, um deus não apenas corajoso, mas com grandes habilidades artísticas e um domínio na fala.

Em muito se assemelha a Ártemis, ambos possuem a energia feminina (yin) e masculina(yang) em perfeito equilíbrio dentro de seus arquétipos, porém, enquanto há um crescente descobrimento de mulheres “filhas de Ártemis” devido a literatura atual resgatando o conceito de mulher selvagem, ou seja, instintiva e independente, que conhece a própria força na sua mais pura essência, não há tanto debate sobre os homens “filhos de Apolo” na mesma proporção. Isso se deve por vários motivos, dentre eles o principal é que no contexto social ocidental a valorização excessiva da energia yang (ação, impulso, expansão, extroversão) exige demais tanto de homens quanto de mulheres um comportamento que se extrapõe da iniciativa e se torna agressivo e exaustivo, desvalorizando a energia yin (recepção, introspecção, introversão, cuidado) e por conseguinte desequilibrando ambas energias de homens e mulheres.

Como dito antes, há a crescente identificação de mulheres com Ártemis, isso ocorre em dois cenários distintos: O primeiro uma assimilação distorcida e exagerada de mulher SEMPRE guerreira (exigida até mesmo no universo feminino) advindo de um histórico sofrido e necessidade de ação para sobreviver e se autodefender. O segundo cenário é uma admiração saudável por esse arquétipo independente e introspectivo, silencioso, cuidadoso, mas também de mulher caçadora e focada. No segundo caso, evidencia um comportamento padrão entre a maioria das mulheres em comparação aos homens, mulheres buscam com muito mais frequência o autoconhecimento ainda que tenham sido privadas ao longo da história, principalmente após o longo período de caça as bruxas que deixou marcas machistas e de ódio a tudo que remetesse a energia feminina prejudicando não somente as mulheres, mas o relacionamento entre os sexos opostos e também reprimindo o autoconhecimento masculino e afastando a “afinidade” de homens com o arquétipo de Apolo.

Em meio a toda a agitação do século XXI, como identificar homens naturalmente “filhos de Apolo”? São homens que tem um olhar apurado para as relações sociais, portanto, costumam adquirir status social graças a esse traquejo, sua comunicação costuma ser tranquila e sedutora, observadores, não “abrem a boca a toa”,  tem facilidade em interagir com o sexo oposto, dão valor as experiências sensoriais, são artísticos e vaidosos em níveis diferentes para cada indivíduo, porém é notável esse destaque visual comparado a outros arquétipos masculinos. São estratégicos, astutos e competitivos, confiam muito em si mesmos. A energia feminina equilibrada nesse arquétipo se dá através da criatividade, da contemplação do belo e pelas relações sociais, a ‘troca” que há no contato com o outro alguém. Apolo não é emotivo ou frágil, não é necessariamente romântico, mas sabe usar o romantismo ao seu favor, ele utiliza da sua observação e cautela (energia yin) para alcançar seu objetivo.

Exemplos de personagens conhecidos que emitem o arquétipo de Apolo:

Berlim (La casa de papel)

James Bond (007)

Obs: Importante lembrar que não existem arquétipos ruins ou bons, apenas a intenção e conduta de quem tem tal padrão de comportamento.

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