Cadeira Vazia – A Técnica Terapêutica
Por Helenita Fernandes, autora de A Cadeira Vazia: Um Encontro (Im)possível
No contexto da clínica psicológica, a técnica denominada “cadeira vazia” se difundiu, como forma de acessar conteúdos difíceis de serem acessados sem um componente intermediário. Perdas, luto, separações, mágoas, culpas, conflitos, traumas entre muitos outros sentimentos podem ser ressignificados a partir da possibilidade da abertura de um canal para o diálogo, independente de presença física. A partir desse instrumento, é representada a pessoa ou questão de maneira simbólica, contribuindo assim para aprofundar ou resgatar o emocional em um ambiente controlado pelo espaço terapêutico.
De maneira ativa, essa técnica convida o sujeito a se conscientizar das suas questões, por vezes, inconscientes facilitando esse processo de auto descoberta e evolução, saindo do círculo vicioso imposto pelas repetições emocionais. Ao fazer uso da técnica, o psicólogo propõe que o sujeito dialogue imaginando estar “frente a frente” com a pessoa ou situação que necessite de algum tipo de esclarecimento, expressando seus sentimentos e emoções de forma livre.
As respostas vêm a partir da inversão de papeis, ou seja, a troca de lugar quando o próprio sujeito da análise senta na cadeira anteriormente vazia para responder as questões levantadas. Processo repetido até que haja o máximo de exploração do(s) fato(s) ou situação(ões) e assim poder ultrapassar essas questões, curando essas “feridas emocionais”. Por fim, a técnica cadeira vazia se propõe a facilitar o processo transformacional de assuntos e/ou emoções reprimidas, identificando, confrontando e promovendo a resolução desses conteúdos internos de forma abrangente e libertadora em um ambiente clínico pronto para esse acolhimento.
Helenita Fernandes é doutora em Psicologia, consultora e docente em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Participante em quatro antologias com contos e poesias.
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