Por Marcello Borges, autor de Meus Eus Diversos
Somos sujeitos de mudanças, envolvidos com a própria necessidade de variar conforme os fatores que exercem força em nossas vidas. Essa visão, dentro da realidade poética, se torna ainda mais rica uma vez que somos atravessados pelas inúmeras possibilidades descritivas dos nossos Eus. Pensar no Eu como essência traz a certeza de que, de fato, somos diversos. Tudo o que nos envolve nos transforma, toca-nos, joga-nos para outro lugar. Daí que se pode pensar nas palavras do poeta “Não me procure sempre no mesmo lugar”, dando corda à verdade que se modifica no tempo e no espaço. O homem que chora hoje, que se percebe na vida como autor em seu poderio, amanhã descobre que isso pode mudar, que seu novo Eu é triste, necessário para a descoberta de novos Eus ocultos na sua alma. A mulher que agora ama, mas que, na exatidão da sua realidade, se vê cansada e infeliz, poderá ver n’outra hora seu Eu feliz e realizado, observando a vida por outra perspectiva. Não há como não nos olharmos como Eus diversos, porque, no final, isso é o que nos torna únicos: cada um com a sua diversidade.
Marcello Borges é poeta paraense e professor da rede pública de ensino na cidade de Santa Luzia/PA. É autor do livro Das coisas simples da vida: um mundo de poesia, lançado em 2022 pela editora Appris, o que lhe concedeu o título de poeta no mundo editorial. Também tem publicações em antologias como: Lembranças, Alfenas/MG (poema “Um cheiro de lembranças”), e Além da terra além do céu (poema “Saudade”). Em 2023, lança Meus eus diversos, cujo conteúdo também é poesia.