Por Carla Andrea Martins, autor de Dá Para Ser Diferente!
A vida é como um espelho que nos mostra o que realmente vale. Não é só quanto tempo a gente vive, mas sim como a gente vive cada momento. Através da nossa própria existência somos levados a questionar não apenas a duração, mas a intensidade e a qualidade dos momentos que vivemos. Não é sobre o quanto tempo a gente vive, mas sim como a gente vive cada momento.
Na corrida diária, muitas vezes esquecemos de valorizar as pequenas alegrias e os sentimentos genuínos que compõem nossa existência. A sociedade moderna nos empurra para uma busca incessante por mais: mais dinheiro, mais sucesso, mais reconhecimento. No entanto, o que realmente importa são os momentos de felicidade plena, aqueles que nos fazem sentir vivos e conectados com os outros e com nós mesmos.
Estamos perdendo a capacidade de apreciar o agora, de estar presentes. A tecnologia, apesar de nos conectar com o mundo, muitas vezes nos distância das experiências reais. Perdemos o contato com a natureza, com o prazer de uma conversa face a face, com o sabor de uma refeição sem pressa. Estamos esquecendo de “escrever em nosso caderno” as experiências que nos trazem alegria verdadeira.
A preocupação com o acúmulo de bens materiais e a busca incessante por status e reconhecimento têm levado muitos a negligenciar os aspectos mais valiosos da vida. Em um mundo onde o sucesso é frequentemente medido por parâmetros externos, como riqueza e fama, a essência do ser humano e a conexão com o ambiente natural são muitas vezes deixadas de lado.
Vivemos em uma era de banalização do essencial, consumo exacerbado, onde o ter superou o ser. A sociedade moderna, com sua ênfase no materialismo, tem promovido uma cultura de insatisfação constante, onde sempre se deseja mais, independentemente do custo para o bem-estar pessoal ou coletivo. Essa mentalidade tem contribuído para uma desconexão com o que é genuinamente importante: as relações humanas, a apreciação da natureza e a busca por um propósito que transcenda o material.
A obsessão por bens e status não apenas afeta a qualidade de vida individual, mas também tem repercussões globais. O consumismo desenfreado leva à exploração excessiva dos recursos naturais, resultando em danos ambientais irreparáveis. Estamos destruindo ecossistemas, poluindo oceanos e contribuindo para as mudanças climáticas, comprometendo o futuro do planeta e das próximas gerações.
Ao priorizar o material sobre o espiritual e emocional, muitos estão perdendo a melhor parte de suas existências. Momentos de alegria, conexões profundas com outros seres humanos e experiências que enriquecem a alma são frequentemente sacrificados em nome de objetivos superficiais. Estamos, em essência, trocando o ouro por bijuterias, desprezando o valor incalculável de uma vida vivida com propósito e significado.
A Terra, nosso lar, é um santuário sagrado que nos foi confiado. No entanto, a ganância e a indiferença têm levado à sua degradação. A perda de biodiversidade, a extinção de espécies e a destruição de habitats são sintomas de uma doença maior: a falta de respeito e cuidado com o nosso planeta.
Portanto, é imperativo que reavaliemos nossas prioridades e o que valorizamos. A luta pela fama, sucesso e a acumulação de riquezas pode parecer atraente, mas no fim, são as experiências, os relacionamentos e a capacidade de maravilhar-se com a vida que trazem verdadeira satisfação. Devemos nos esforçar para viver de maneira que, quando olharmos para trás, possamos ver um caminho marcado por momentos de verdadeira felicidade e realização, não apenas um rastro de posses materiais. É hora de redescobrir o que significa viver plenamente e proteger o santuário sagrado que é a nossa Terra.
O sentido da vida, portanto, pode ser encontrado na soma dos momentos felizes que vivenciamos, na qualidade das nossas relações e na intensidade com que nos permitimos sentir. Não é sobre quanto tempo vivemos, mas como vivemos. O significado de cada segundo de alegria é um tesouro que deve ser guardado e valorizado, pois é isso que, no fim, define o verdadeiro tempo de vida. Devemos nos perguntar, então: estamos realmente vivendo ou apenas existindo? E mais importante, estamos registrando em nosso caderno as páginas que realmente importam?