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Nicolau de Autrécourt (ca. 1300-1369) foi um filósofo francês que ensinou na Universidade de Paris no século 14. Autor controverso, vítima de um processo inquisitorial estabelecido por uma comissão papal que durou cerca de seis anos – período no qual ficou preso nos calabouços papais sob como acusações de ateísmo, atomismo, ceticismo e heterodoxia – e resultou na perda de seus títulos acadêmicos e um exílio silencioso por motivos de disputas de poder, inveja, ciúmes e intrigas universitárias.
Nicolau de Autrécourt (ca. 1300-1369) foi um filósofo francês que ensinou na Universidade de Paris no século 14. Autor controverso, vítima de um processo inquisitorial estabelecido por uma comissão papal que durou cerca de seis anos – período no qual ficou preso nos calabouços papais sob como acusações de ateísmo, atomismo, ceticismo e heterodoxia – e resultou na perda de seus títulos acadêmicos e um exílio silencioso por motivos de disputas de poder, inveja, ciúmes e intrigas universitárias. Parte diminuída de suas obras foi queimada publicamente, e o que restou de seus escritos é apresentado neste livro, Críticas medievais à causalidade: Al-Ghazali e Nicolau de Autrécourt, que lança um novo olhar sobre o problema filosófico da causalidade na Idade Média; reconstrói a concepção da teoria da causalidade do filósofo francês; e questiona suas possíveis fontes no pensamento do filósofo persa Al-Ghazali (ca. 1056-1111). Ambos desenvolvem um raciocínio crítico do ponto de vista da epistemologia e da filosofia da natureza sobre a certeza e a evidência de que a mente humana possui da relação entre causa e efeito – o que lhes valeu equivocadamente o título de céticos.
Este livro traz uma análise de dois dos principais textos, isto é, das correspondências de Autrécourt com Bernardo de Arezzo e de seu Tractatus Exigit ordo. O último capítulo de Exigit ordo, por exemplo, explora o problema “se uma mesma causa pode produzir efeitos especificamente diversos” e reúne os argumentos mais fortes que podem confirmar a hipótese de uma teoria atomista da causalidade.
Direcionado a um público não só de especialistas, mas a todos os interessados na história das ideias e conhecimento do pré-científico desenvolvido na Idade Média, este livro conta com uma estratégia tripartido, a saber: traz uma contextualização histórico-doutrinal sobre a causalidade; aborda pelo menos duas noções medievais de causalidade (a natural e a divina); e mostra o argumento ocasionalista de Al-Ghazali, bem como sua pouca influência efetiva na teoria da causalidade de Autrécourt. Além disso, aborda questões de epistemologia e filosofia da natureza; traz uma interpretação do fundacionalismo epistêmico; e analisa seu posicionamento filosófico sobre a inevidência e indemonstrabilidade da relação entre causa e efeito. Por fim, apresenta uma estratégia autrecuriana enquanto postulado.
O livro traz ainda uma tradução do texto sobre a causalidade que teve uma recepção importante por filósofos britânicos e poloneses. O leitor perceberá que nem Al-Ghazali nem Autrécourt podem ser considerados céticos. Na verdade, este é ocasionalista e aquele, fundacionalista, probabilista e mecanicista.
Peso | 300 g |
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Dimensões | 23 × 16 × 2 cm |
ISBN | 978-65-250-0743-4 |