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No âmbito da historiografia brasileira sobre a ditadura implantada no País de 1964 a 1985, o trabalho de Thiago Nunes, intitulado Gritam os muros: pichações e ditadura civil-militar no Brasil, recria um cenário pouco discutido, que diz respeito às pichações como expressão de resistência. A obra, fruto de acurada pesquisa em acervos como o Dops-PE (1935-1992), traz um contributo à compreensão da história de Pernambuco, ao contar como atuou a militância nos anos de chumbo, tendo nas pichações um canal de mobilização e arregimentação política, fazendo uma importante releitura ao destacar o papel da esquerda jovem e sonhadora da década de 1970-80.
No âmbito da historiografia brasileira sobre a ditadura implantada no País de 1964 a 1985, o trabalho de Thiago Nunes, intitulado Gritam os muros: pichações e ditadura civil-militar no Brasil, recria um cenário pouco discutido, que diz respeito às pichações como expressão de resistência. A obra, fruto de acurada pesquisa em acervos como o Dops-PE (1935-1992), traz um contributo à compreensão da história de Pernambuco, ao contar como atuou a militância nos anos de chumbo, tendo nas pichações um canal de mobilização e arregimentação política, fazendo uma importante releitura ao destacar o papel da esquerda jovem e sonhadora da década de 1970-80. Mostra o papel das pichações como importante canal de expressão, denúncia e divulgação das variadas agendas de combate ao regime ditatorial, sobretudo, nos momentos de recrudescimento do regime, criando uma narrativa rica, repleta de informações que mostram os bastidores de uma luta permanente em busca do sonho de viver uma democracia no País, do direito ao voto e de escolher livremente os seus representantes, destacando as campanhas políticas para governador e pelas Diretas Já, sendo, portanto, um belo convite à reflexão em uma perspectiva em que passado, presente e futuro se imbricam.
O que aqui é contado percorre vários estágios temporais com uma carga de desdobramentos em importantes momentos de decisão dos destinos do País e da vida púbica, como práticas de um fazer democrático.
Debruçar-se nestas páginas é muito mais que um convite ao imaginário idealista e rebelde da juventude dos anos 1970-1980, praticantes da chamada “desobediência civil”, utilizando, para isso, os muros, as tintas, pincéis ou sprays como “armas” de uma guerra sutil, silenciosa, mas não menos rica e até lúdica, razão de ser duramente reprimida/combatida pela polícia. Essas experiências de luta pela conquista do estado democrático de direito estão muito bem construídas na inédita trama do autor, que nos brinda com uma refinada escrita, fruto de vasta pesquisa em distintos acervos.
Ao leitor, convido-o a apreciar a narrativa, que se traduz em uma importante contribuição à historiografia local/nacional sobre o tema e período.
Marcília Gama da Silva
Prof.ª Dr.ª associada do Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco
Peso | 300 g |
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Dimensões | 23 × 16 × 2 cm |
ISBN | 978-85-473-1509-2 |