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O livro Jornalismo regional e deslocamento midiático é baseado em entrevistas com mais de 20 editores de veículos jornalísticos de cinco capitais brasileiras (Manaus, Belém, João Pessoa, Salvador e Campo Grande). O estudo parte das mudanças mais visíveis no jornalismo, como a multiplicação, a interligação e a diferenciação de veículos, para daí buscar as dinâmicas mais abrangentes que envolvem o deslocamento midiático.
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O livro Jornalismo regional e deslocamento midiático é baseado em entrevistas com mais de 20 editores de veículos jornalísticos de cinco capitais brasileiras (Manaus, Belém, João Pessoa, Salvador e Campo Grande). O estudo parte das mudanças mais visíveis no jornalismo, como a multiplicação, a interligação e a diferenciação de veículos, para daí buscar as dinâmicas mais abrangentes que envolvem o deslocamento midiático.
O texto avalia os termos de uma recomposição jornalística em várias frentes: associações entre portais de notícias e jornais populares; ajustes na hierarquia entre produção nacional e regional de notícias; o agravamento contínuo das condições de trabalho do jornalista; a fragmentação dos veículos de comunicação popular. Um capítulo é dedicado à greve de jornalistas ocorrida em Belém do Pará, em setembro de 2013 – um evento raro, em que trabalhadoras e trabalhadores se rebelam contra a precarização e oferecem um ângulo para avaliar a despolitização normalizada no campo jornalístico.
A sistematização dos depoimentos de editores é confrontada com a ideia de deslocamento midiático, extraída de estudos de Antonio Fausto Neto, José Luiz Braga e Bernard Miège. Enquanto grupos e indivíduos se apropriam de procedimentos jornalísticos, as grandes organizações acionam um amplo reaparelhamento visando instrumentalizar os novos fluxos, convertendo ameaças sociais em ativos empresariais. O descentramento das grandes organizações jornalísticas tende a irradiar uma imagem de nivelamento entre os produtores empresariais e os agentes não especializados – é a noção da ascensão do colaborador midiático. Se a volatilidade dos fluxos está instalada como dinâmica midiática inegável, ela sofre contenções pelo manejo dos agentes que possuem capacidade estratégica, ainda que esses não possam ignorar as oscilações dos circuitos que vigoram à sua revelia. A promessa de nivelamento entre produtores e consumidores recebe o atrito de um bloqueio que repõe a assimetria entre eles, sem que isso impeça que aquela promessa seja incorporada e passe a fazer parte de uma hierarquia recomposta. Tais dinâmicas combinadas de apropriações e desigualdades são um dos traços marcantes do deslocamento midiático.
Peso | 300 g |
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Dimensões | 2 cm |
ISBN | 978-85-473-0943-5 |