Os riscos do lugar e os lugares do risco é resultado de um trabalho etnográfico feito num bairro construído sobre um antigo lixão da cidade de Goiânia. Por meio de uma abordagem antropológica, de entrevistas em profundidade e de pesquisa documental, Arthur Pires Amaral identifica e analisa as diferentes percepções de risco elaboradas pelos habitantes do lugar e por diferentes atores sociais responsáveis por defini-lo, ao longo dos anos, como uma “área de risco” ou como um “lugar de moradia” – onde se é possível conquistar o direito à casa própria e regularizada. Para além dos problemas físicos e ambientais oriundos da decomposição do lixo sob os imóveis do bairro, a pobreza, a violência e os estigmas que recaem sobre a sua população demandam a manipulação, cotidiana, da identidade deteriorada desse espaço urbano e de seus moradores.