Tudo é Papel da Educação
Por Julaine Guimarães Gonçalves Francisco, autora das obras Inteligência Emocional na Prática e HAS (hoje, amanhã e sempre), o despertar!
A pandemia trouxe grandes problemas para a educação, entre eles destacamos a falta de empatia, de concentração, de foco e a defasagem de aprendizagem, a qual iremos levar alguns anos para conseguir diminuir o déficit. Já o emocional, que influencia profundamente na aprendizagem, quando vamos sanar?
No ano de 2022, após aproximadamente oito meses de aula, tive contato com vários alunos de turmas do primeiro ano do Novo Ensino Médio, que estiveram afastados das atividades escolares por estresse, crises de ansiedade, tratamento psicológico e psiquiátrico, problemas que já existiam, mas que com a pandemia deu vazão para que se tornassem maiores.
A pandemia e seus protocolos geraram sentimento de medo de morrer ou matar. A instabilidade emocional e insegurança a longo prazo construiu o modelo mental que é controlado pelo medo e a insegurança. Nunca tivemos tantas mudanças e orientações sobre como cuidar da saúde e cuidados na hora de se relacionar com o outro.
Viver a pandemia para os nossos adolescentes foi perder um processo de construção de identidade, pois a adolescência é uma fase onde o contrato social e as experiências em grupo ajudam na construção nesta construção.
As crianças não puderam aprender sobre o convívio social e muito menos a brincar, isoladas aprenderam muito mais sobre como se relacionar com as máquinas, e isto foi e é um grande prejuízo. No dia 12/08/2022, estive em uma escola municipal na cidade de Boa Esperança, interior do Paraná, com aproximadamente 100 crianças, para trabalhar a inteligência emocional. Quando falei sobre as emoções e pedi que levantasse a mão quem havia sentido raiva naquele dia me surpreendi, pois quase 100% dos alunos levantaram a mão. Fiz a mesma pergunta no dia posterior e novamente quase todos levantaram a mão. Devemos ficar atentos pois são apenas crianças e estão sofrendo para se adaptar ao novo normal.
O isolamento social tornou nossos jovens, adolescentes e crianças mais sensíveis aos relacionamentos. Uma das grandes preocupações nos espaços educacionais neste momento em que vivemos é oportunizar aos nossos alunos o início da alfabetização socioemocional.
Fazer da escola um espaço de acolhimento onde se dê oportunidade para refletir e reconhecer o quanto as emoções afetam a nossa qualidade de vida, encontrar formas de alfabetizar os nossos alunos para o gerenciamento das suas emoções, melhorando assim os relacionamentos intrapessoais e interpessoais, ajudá-los a desenvolver a inteligência emocional, podem ser grandes aliados nos processos educacionais.
Qual é a inteligência que o mercado de trabalho exige hoje?
A inteligência é sempre a mesma?
Será que a inteligência exigida para o mercado de trabalho ainda continua sendo a capacidade cognitiva intelectual que é dada pelo QI?
Sinto muito desapontar você, mas para um mundo tão complexo e globalizado temos o que nós chamamos de complexidade do trabalho, que hoje exige pessoas que estejam atentas a solucionar desafios constantes e que saibam se relacionar.
As máquinas fazem o trabalho onde não precisa das relações humanas. Os departamentos onde os humanos vão atuar são na organização e gerenciamento deste trabalho. O trabalho de hoje exige pessoas assertivas que saibam se relacionar, isto é, saibam ouvir e falar, que exerçam a comunicação assertiva, que consigam controlar os instintos para não deixar que eles desequilibrem as relações de trabalho.
O Quociente de Inteligência Emocional (QE) determina o grau de facilidade que uma pessoa tem de se relacionar com ela mesma e com os outros. O QE é a capacidade que as pessoas têm de perceber, de controlar, avaliar, expressar as emoções, isto é, o alto domínio do conjunto de habilidades emocionais. Composto pela inteligência emocional que é uma equação que representa adição das habilidades interpessoais e intrapessoais.
Ficou curioso e quer saber como treinar esta nova habilidade, continue a leitura. Para treinar habilidades emocionais e socioemocionais precisamos nos alfabetizar. A seguir estão algumas possibilidades para você começar:
- Inicie o processo de autoconhecimento
- Desenvolva a criatividade
- Desenvolva habilidades para o relacionamento inter e intrapessoal.
Nos livros Inteligência Emocional na Prática e HAS (hoje amanhã e sempre), o despertar, você conta com leituras de fácil compreensão e atividades práticas para iniciar sua jornada.
Julaine Guimarães Gonçalves Francisco
Professora | Pesquisadora
Criadora de Conteúdo para Alfabetização Socioemocional.
Graduada em Matemática pela Unoeste.
Graduada em Pedagogia pela Uel.
Pós-graduada em Educação Matemática, Educação Especial e Inclusiva para Altas Habilidades e Neuropsicopedagogia Clínica.
Atualmente, desenvolve trabalhos de consultoria educacional para professores e gestores nos processos de alfabetização socioemocional. Atua em treinamentos para educadores em escolas e grupos personalizados voltados aos processos de alfabetização socioemocional.
Há 18 anos é professora da rede pública do Paraná, nos últimos 10 anos vem se dedicando a estudos e pesquisas sobre autoconhecimento e neurociência com objetivo de melhorar os processos e ensino de aprendizagem, desenvolvendo nestes espaços competências socioemocionais. A sua especialidade é desenvolver ferramentas (livros, materiais pedagógicos e de formação) para capacitar professores e gestores em espaços educacionais a fim de atender as demandas do século XXI.
É idealizadora e professora de uma oficina de matemática criativa, onde busca desenvolver a criatividade e autoconhecimento de alunos com altas habilidades, projeto que já está em vigor há mais de 8 anos. Nos últimos anos vem atuando com a Secretaria do Estado do Paraná (SEED) como técnica pedagógica na ampliação do atendimento de adolescentes e jovens com altas habilidades.
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