Ao refletirmos sobre a evolução da humanidade, sobretudo a partir de nosso tempo, é facilmente visto o processo evolutivo das mulheres. E essa evolução se dá a partir, inclusive, da construção e da produção de conhecimento. O conhecimento liberta, traz autonomia e fortalece a fé. Esse parece ser o caminho escolhido pelas mulheres brasileiras para a sua emancipação. E esse caminho exige coragem, ousadia, fé em Deus e em si mesmas, atitude revolucionária e coragem profética. Exige aprender com outras mulheres da Bíblia e da história, que ousaram dizer a sua palavra, caminhar o seu caminho, mudar o seu destino e contribuir para que outras mulheres também se libertem. O teólogo e poeta João Santiago, neste livro, vai abrindo janelas para os horizontes das mulheres e jogando luzes onde ainda não tem janela. Assim ele relaciona a fé, a beleza e a coragem como atributos da mulher que, a exemplo de Judite, luta por sua libertação e por sua emancipação. A partir do enredo e da trama tão bem construídos no livro de Judite, Santiago dá cores utópicas às lutas das mulheres do século 21. Estigmatizadas, discriminadas e frequentemente martirizadas pelas patologias do machismo, do patriarcalismo e do coronelismo familiar, eclesial, e econômico, as mulheres lutam e resistem. Quando olhamos por trás das palavras e ouvimos o texto bíblico falar, encontramos muitos exemplos de mulheres que disseram como disse Judite, “Escutai-me: farei uma ação que chegará aos filhos de nossa raça até gerações de gerações” (Jt 8,32). A mulher sempre pensa na casa toda, na família toda. Na vida toda. É isso o que este livro quer dizer.