Considerando as decisões tomadas acerca do que é melhor para crianças e adolescentes em processos de disputa de guarda e, ainda, o impacto familiar e social que essas decisões alcançam, delineamos o problema de pesquisa desta obra: como documentos oriundos de avaliações psicológicas são produzidos em processos de definição de guarda de filhos menores e de que maneira influenciam a tomada de decisão de juízes? Com o objetivo de investigar o conteúdo dos referidos documentos, destacando informações acerca de como são solicitados, qual modelo de relatório seguem e quais instrumentos e técnicas são utilizados, foi realizada uma pesquisa documental na Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, localizado em Itaipava, na cidade de Petrópolis, que analisou os documentos psicológicos produzidos pelos psicólogos durante todo o ano de 2017 em processos de definição de guarda. Os resultados indicaram a solicitação judicial não específica de avaliação psicológica, solicitação de estudo psicossocial, e a prevalência da entrevista psicológica como técnica de investigação, sendo inexistente o uso de testes psicológicos. A fim de compreender se esses documentos interferem na tomada de decisão judicial foram entrevistados 3 juízes e 2 psicólogos atuantes em Varas de Família de Petrópolis. A análise dos dados coletados indicou a valorização de documentos psicológicos para tomada de decisão judicial em casos de definição de guarda de filhos menores.