Em dezembro de 2005, foi estabelecida oficialmente a Peacebuilding Commission (PBC) das Nações Unidas, em um contexto de reformas institucionais frustradas nos pilares de paz e segurança da organização. A criação desse novo órgão do sistema ONU foi recebida com grandes expectativas pela comunidade internacional, pois não somente representava a consolidação do conceito de peacebuilding, que ganhou cada vez mais tração nas agendas da organização desde os anos 1990, como também era percebida como uma vitória em meio às reformas institucionais que não foram aprovadas. Além disso, havia um simbolismo significante que permeava a criação da PBC, uma vez que foi o primeiro órgão intergovernamental adicionado à ONU em anos. Nos primeiros anos após seu estabelecimento, entretanto, a Comissão desempenhou resultados aquém do esperado, frustrando as expectativas depositadas em sua criação. Esta obra realizará uma análise exploratória dos processos históricos de formação da PBC e dos seus primeiros 15 anos de atuação (2005-2020), de maneira a mapear entraves institucionais e disputas políticas que impediram a Comissão de realizar plenamente as funções que lhe foram delegadas em sua criação.