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Culpar as vítimas de crimes sexuais tentando minimizar a responsabilidade do agressor ao chamar a atenção para a maneira como se portavam as mulheres agredidas é fato, infelizmente, corriqueiro e não recente. Ao analisar os processos por crimes de ordem sexual ocorridos na cidade de Castro/PR entre 1890 e 1920, percebemos que as jovens, que buscaram a justiça por terem sido defloradas ou estupradas, passaram por todo um processo vexatório. Foram julgadas pelas próprias famílias e comunidade, passaram por exames de corpo de delito realizado por pessoas da comunidade, não profissionais, foram expostas aos discursos dos advogados dos réus que, para inocentar seus clientes, expunham de forma agressiva as vidas das jovens.
Culpar as vítimas de crimes sexuais tentando minimizar a responsabilidade do agressor ao chamar a atenção para a maneira como se portavam as mulheres agredidas é fato, infelizmente, corriqueiro e não recente. Ao analisar os processos por crimes de ordem sexual ocorridos na cidade de Castro/PR entre 1890 e 1920, percebemos que as jovens, que buscaram a justiça por terem sido defloradas ou estupradas, passaram por todo um processo vexatório. Foram julgadas pelas próprias famílias e comunidade, passaram por exames de corpo de delito realizado por pessoas da comunidade, não profissionais, foram expostas aos discursos dos advogados dos réus que, para inocentar seus clientes, expunham de forma agressiva as vidas das jovens. Elas eram, em sua maioria, pobres e trabalhadoras, vivendo em uma região interiorana que, pautada em costumes patriarcais, regulava suas condutas, principalmente no que se referia à sexualidade, enquanto era permissiva com os homens, inclusive em casos de violência.
Peso | 300 g |
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Dimensões | 21 × 14 × 2 cm |
ISBN | 978-85-5507-696-1 |