A produção de livros didáticos de ensino de português como língua estrangeira aumentou muito nas últimas décadas, mas será que também se observa um crescimento em termos qualitativos? Será que os estudos linguísticos têm influenciado a produção desses materiais? Eles se baseiam apenas numa língua supostamente homogênea ou há espaço para a variação linguística? Leva-se em consideração a língua falada ou a língua escrita? Privilegia-se alguma variedade do português em detrimento de outra? Há uma preocupação com a competência sociolinguística dos alunos? Este livro busca respostas para essas perguntas, por meio de uma análise de 10 dos mais utilizados materiais didáticos de ensino de PLE editados neste século. Essa análise trata da representação do complemento verbal, fato linguístico variável em português brasileiro e que o diferencia do espanhol. A partir da explicação desse fenômeno, discutem-se, neste livro, temas como a importância de ensinar variação linguística a alunos estrangeiros e a questão da interlíngua no processo de ensino/aprendizagem.