GRAMÁTICA E LÍNGUA MATERNA: COMO E O QUE SE ENSINA compila, com organização e criticidade, informações do ensino da língua partindo de uma breve trajetória histórica enquanto instrumento de comunicação e “poder”, poder este que tornou o Brasil o maior país falante do idioma do seu colonizador. Pressupondo que a prática de ensino é reflexo do modo como os conteúdos estão organizados nos compêndios gramaticais adotados, a autora selecionou três para análise: Grammatica portugueza – Julio Ribeiro (1899); Gramática normativa da língua portuguesa – Rocha Lima (1974) e Gramática de usos do português – Moura Neves (2000), curiosamente a primeira gramática de língua portuguesa a ser escrita por uma mulher. Tal escolha revelará nuances de como as instituições, pela prática educativa, atuam favorável, ou desfavoravelmente, para a consolidação da língua em suas diversas variedades. À luz das contribuições da Sociolinguística, a autora aponta, ainda, com maestria, para práticas remanescentes do modelo tradicional de ensino e outras inovadoras, que consideram os fenômenos linguísticos e metalinguísticos no contexto social da comunicação. Referências ao construto de Chomsky, Saussure, Bakhtin, entre outros, conferem a esta obra uma abrangência ímpar, com apontamentos valiosos que subsidiarão o trabalho de profissionais que atuam no ensino ou em áreas afins, em que a língua é objeto de conhecimento.