DESCRIÇÃO
O livro Os Monaikó entre identidades, mitos, e metáforas é resultado de um estudo descritivo sobre os Monaikó, identificando-os no conjunto da família Karíb. Foram registradas narrativas orais com colaboradores Monaikó cujo intuito foi de reconhecer se eles seriam um grupo ou subgrupo dos Makuxi. Por isso que, do ponto de vista etnográfico, as narrativas orais ajudaram tanto a revelar uma identidade própria como também uma variação linguística entre os falantes que se declaram Monaikó.
Na literatura, há vários aspectos abordados que têm sido relevantes para a obra em foco, por exemplo o trabalho clássico de Abbott (1991) e Amodio e Pira (1983), sobre os Makuxi. Ainda de acordo com a justificativa da importância de registros linguísticos de um grupo, Cruz (2004) afirma que o registro de um dialeto Karíb, desprovido de estudos linguísticos prévios, é altamente relevante para as diferentes comunidades, acadêmica e social. Sob essa perspectiva, estudar as línguas indígenas torna-se também importante quando se busca motivações que subsidiam o fortalecimento da identidade desses grupos, haja vista a existência de uma “preocupação com o caráter minoritário dessas línguas, que as torna vulneráveis frente à língua oficial portuguesa”
(D’ANGELIS, 2005, p. 23).
Dessa forma, esta obra contribui para a visibilidade e valorização desse dialeto, pois o seu registro e o seu conhecimento junto a outros grupos evidenciam uma maior probabilidade de não ser esquecido. Assim, constatou-se a existência do dialeto Monaikó, bem como sua população, ficando evidente também que, apesar de os Monaikó já estarem convivendo há muitos anos espalhados entre os Makuxi, eles trazem consigo o desejo de se autoafirmarem como diferentes desses últimos a fim de fortalecer suas identidades.
A pesquisa que resultou nesta obra se deu em sete comunidades onde vivem os Monaikó: Araçá da Serra, Placa, Contão, Canta Galo, Igarapé do
Galo, Pedra Branca e Enseada, todas localizadas na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, entre os municípios de Pacaraima, Normandia e Uiramutã — Roraima, além de 21 colaboradores que contribuíram com a pesquisa.
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