A soberania do povo foi, sem dúvida, o princípio fundador da política moderna, mas sua implementação foi sempre rodeada de muita incerteza. Como fazer valer a soberania popular e dar forma ao poder democrático? Como institucionalizar o ideal democrático?
Com essas questões sempre presentes, Alessandra Maia Terra de Faria, em Teorias da representação política, conduz-nos pelas teorias da representação política, tais como expostas por Bernard Manin, Nadia Urbinati e Pierre Rosanvallon, explorando e desnaturalizando a tensão constitutiva entre democracia e representação política. 
Nesse percurso, somos levados ao questionamento do sufrágio universal como solução da tensão entre essas duas esferas. As teorias examinadas discutem o sistema representativo enquanto um processo mediador de tensões entre a esfera social e política, apontando para impasses inerentes a essas questões fundamentais. No diálogo entre e com os três autores, oscilamos entre uma concepção do processo representativo ora como fechado e impermeável a mudanças, ora como aberto e contraditório. 
Com rigor e clareza, fazendo-se compreender também pelo leitor comum e não somente por especialistas, a autora oferece-nos um mapa dos conhecimentos atuais a respeito das teorias da representação política no processo democrático, indo além do sufrágio universal.