DESCRIÇÃO
Vila Parolin: espaços em construção coletiva como ação educativa trata das experimentações vividas entre os moradores do bairro Parolin, em Curitiba/PR, e técnicos da Prefeitura Municipal de Curitiba/PR que, em sucessivos processos de negociação, geraram reposicionamentos viabilizadores do “Projeto de Trabalho Técnico Social Bacia do Rio Belém: Vila Parolin”, desenvolvido pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (COHAB-CT), em um ambiente de corresponsabilidades, por meio de práticas de aprendizagem formal e informal. A região do Parolin está localizada próxima ao núcleo central da cidade, região muito valorizada, e, em razão disso, é objeto de intensa especulação imobiliária. Identificam-se nesse microuniverso urbano a formação de territórios e a circulação de diversos interesses muitas vezes conflitantes, que pressionaram as autoridades municipais a fornecerem respostas às demandas da comunidade por condições dignas de vida. As ações da comunidade foram diversas, destacando-se: a constituição da Associação dos Moradores da Vila Parolin e Amigos da Vila Guaíra; a mobilização para acessar serviços públicos; e a criação do Jornal do Parolin para os moradores contarem suas próprias histórias. Os associados nesse trabalho de reflexão e construção coletiva de soluções criaram conexões que se alargaram para além das dinâmicas relacionais internas do Parolin. Múltiplas ações contribuíram para classificar essa região como Zona Especial de Integração Social (Zeis) e, posteriormente, como área de proteção ambiental. Essas sucessivas reclassificações urbanísticas foram necessárias para possibilitar o ingresso do referido projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contou com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O Parolin virou um canteiro de obras com ruas, áreas de lazer, escola, creche, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), posto de saúde, casas e apartamentos, todos entregues à população. O encerramento do referido projeto explicitou limites do poder público, contribuindo para aflorar as contradições geradas pela mercantilização dos espaços urbanos. Isso apontou para a necessidade de defender a democracia compromissada em criar arenas políticas, para gerar, nas cidades, com seus diferentes lugares e na diversidade de seus moradores, o acesso aos serviços públicos, e garantir os direitos constitucionais do cidadão.
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