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Por Ana Maria Pires Galvãoautor de A era de amor e paz: ensinamentos de Cristo.

Recentemente em um momento de descontração, enquanto rolava as redes do Instagram, me deparei com o pronunciamento da atriz e escritora Mariana Rios. O tema bastante delicado e polemico porem de extrema importância a ser debatido segundo ela. O discurso em si está baseado em um texto publicado em uma coluna jornalística pela escritora Marta Medeiros cujo título é Adeus ao Machão. “O mundo encolheu para os homens. Privilégios estão se perdendo”.

Mariana menciona o fato de cada vez mais presenciarmos uma sociedade modificada quando o assunto é relacionamento. Ela discorre sobre o tema da mulher se mostrar presente em todas as áreas de trabalho com ênfase ao lugar de poder em áreas onde anteriormente só eram ocupadas por homens e agora estas encontram-se modificadas por mulheres que estão assumindo os cargos destes homens, e estes estão perdendo sua posse e seus cargos de machão. 

A escritora Mariana nos deixa um questionamento sobre as estatísticas que revelam que os homens antes amadureciam com 20 anos e atualmente tem sua adolescência estendida, pois estes estão amadurecendo com 40 anos. E para linkar e exemplificar ela nos conta uma experiencia de vida real pelo qual ela passou em um de seus relacionamentos com um homem de 35 anos.

Em uma das refeições junto a família deste, o pai faz uma piada relacionada ao cuidado que Mariana deveria ter com seu filho, pois se brigasse com ele, este a colocaria em um ônibus de volta a sua cidade natal. Diante desse comentário bastante machista, a então sogra de Mariana, mas também mãe e esposa, presente na cena demonstrava sua tristeza e decepção com o comentário, apenas com expressão facial, mas sem coragem de expressar em palavras se calava diante destes homens que riam bastante de um comentário infeliz e impensado.

Diante desta posição, Mariana responde que a última vez que um homem precisou pagar sua passagem foi seu pai e está tinha 15 anos na época. Após, levantou-se da mesa e respeitosamente saiu. A escritora menciona o fato de que enquanto houver o lado que tapa o sol com a peneira continuaremos formando “moleques” e não homens. E se posiciona ao aplaudir mulheres as quais não aceitam estes relacionamentos de inferioridade feminina frente aos homens assim como também aplaudem homens que tomam as rédeas com maturidade para valorizar suas mulheres nas mil e uma funções das quais estas desenvolvem durante o decorrer do dia.

Esse discurso me levou a uma reflexão profunda sobre o tema. Se formos a fundo veremos uma conexão muito mais profunda e complexa, pois o problema da falta de maturidade tem suas raízes em diversas fontes. E uma delas a qual me pegou profundamente é a criação, pois se algo mudou na formação desses homens o problema se encontra lá na formação destes enquanto criança. E sim, sabemos que o lugar da mulher e onde esta quiser estar, uma vez que ganhamos esses presentes do livre-arbítrio do criador, e somos capazes de ocupar diversos cargos baseados nas nossas opções de vida.

Mas tudo tem dois lados como sempre. Quando um lado ganha, outro perde. Quando focamos em uma função, desenvolvemos um determinado lado o outro fica em segundo plano, o que significa que nossos filhos, a formação destes está ficando em segundo plano para muitas mães e pais. Sim mães e pais, pois ambos possuem essa responsabilidade. No passado quando apenas homens eram provedores as mulheres poderiam se dedicar somente a criação de seus filhos em prol de formar homens capazes de cuidar de suas famílias com respeito e admiração.

Mas nem tudo são flores, devido a criação, educação e o nível de evolução de cada homem as atitudes egoístas foram ganhando espaço. O poder da detenção de valor, do dinheiro em grande parte apenas nas mãos de homens levou a mobilidade de gêneros, e as mulheres se sentindo inferiores passaram a dominar os cargos trabalhistas também enquanto seus filhos ficam em creches, escolas, com familiares, cuidadores, etc. Agora essas mães trabalham fora, possuem uma carreira trabalhista, horários a cumprir, formação integrada, estudos, faculdade, cuidar do lar, organização e limpeza muitas vezes.

Elas estão cansadas, sobrecarregadas, restando muito pouco ou quase nada de tempo e energia para estes pequenos seres em formação que tanto necessitam de atenção e cuidados para uma boa formação. A vida mudou, a educação e formação mudou e agora temos futuros homens e mulheres se formando livremente sobre diferentes regras de formação.

Podemos levar em consideração também o fato de que a partir dessa mobilidade feminina nas mais diversas áreas de frente trabalhista levou estas a dividirem despesas familiares, o que de fato também contribuiu para um relaxamento masculino, uma vez que estes homens já não precisam dar conta de todas as despesas da casa sozinhos, não estão tão pressionados ao trabalho e podem usufruir de uma postura mais “menino” do que de fato o “homem” provedor total.

Estes homens antes precisavam ser maduros rapidamente para assumir a família, agora já podem trabalhar menos, já não precisam se preocupar tanto. Como podemos ver o problema existe e tem suas raízes profundas na história da evolução da humanidade, advindos das disputas de poder de ego masculino e feminino. Homens e mulheres foram criados em formas físicas visivelmente distintas objetivando realizarem tarefas especiais na vida, diferentes responsabilidades, mas onde nenhum é mais importante do que o outro.

São duas metades de um todo, onde se completam. Não podemos negar que se quisermos gerar filhos precisamos das sementes que os homens possuem, assim como se um homem quiser se tornar pai precisa de uma mulher que queira receber e germinar sua semente. São dependentes, se completam, não deveriam nunca competir. Um não sobreviveria sem o outro, pois ambos são necessários a criação. Em uma relação ambos possuem a mesma responsabilidade de amor e proteção mutua.

Foi apenas por causa da mobilidade masculina e seu impulso de liderança que levou muitos homens a se considerarem superiores as mulheres fazendo com que essas reagissem para demonstrar igualdade. Mas se pararmos para analisar essa mobilidade masculina só foi possível pois haviam mulheres em casa cuidando de todo o resto, e provendo segurança a eles para que pudessem realizar seus trabalhos. E essa visão distorcida de poder tem levado mulheres e homens a perderem o rumo.

Muitas mulheres foram levadas a exercerem impulsos masculinos de agressividade, afim de expressar sua igualdade e ganhar respeito dentro da sociedade. Todos esses conflitos nascem de disputas de poder e destroem as relações causando estresse, separações e doenças. Se faz bastante necessário uma mudança profunda de reestruturação familiar. Tudo é possível contanto que homens e mulheres a frente da liderança familiar cheguem a um acordo de como guiarão e estruturarão a família destes, afim de poder criar seus filhos com tempo e dedicação que necessitam, sem que nenhuma das partes se sinta superior ou sobrecarregada.

Existem muitas famílias atualmente onde as mulheres são as provedoras do lar enquanto o marido cuida dos filhos, da educação e do lar, e não há nada de errado contanto que nenhum esteja se sentindo prejudicado ou inferiorizado. No caso de ambos trabalharem, todas as outras tarefas devem ser compartilhas igualmente, principalmente a educação e formação dos futuros homens e mulheres sobre os seus cuidados.  Assim como as mulheres que contam com tempo, devem assumir seu papel no ambiente familiar, pois seus filhos precisam de uma mãe presente evitando assim a criação de um futuro “machão” e sim certificando-se de estar criando um “homem”. E os homens que puderem assumir mais o papel de provedor assumam, não somente o de provedor de subsistência, mas também de segurança, amor, respeito e proteção.

Que homens e mulheres possam distribuir funções em harmonia e equilíbrio em prol da formação da família, afinal estamos em busca da evolução, e todos queremos ver resultados diferentes do que estamos vendo atualmente na nossa sociedade. E tudo só poderá ser alcançado quando nossas preocupações ultrapassarem a barreira dos gêneros.

Sobre o autor

Formada em letras português-inglês, Ana Maria Pires Galvão é estudante de psicanálise e apaixonada por ajudar pessoas com seus conflitos internos que os impedem de viver uma vida plena. Autora do livro A era de amor e paz: ensinamentos de Cristo.

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