A Importância da Educação Financeira
Por Éder Alves de Paula Pessoa, autor de Quem Faz, Enriquece: Faça o que Precisa ser Feito e Prospere
Sabe-se que Educação Financeira é uma ciência humana comportamental, visto que é por meio dela que se forma o hábito disciplinar, cuja finalidade é a organização financeira de um indivíduo para que o mesmo saiba planejar antes de tomar uma decisão que envolva custos. A Educação Financeira é mais do que apenas aprender a elaborar um bom planejamento financeiro, ela lhe oferece segurança financeira e confiança na aquisição de patrimônios e bens, além disso proporciona sucesso profissional (LOPES et al., 2021).
A sociedade moderna está em constante evolução, a todo momento há o surgimento de novas tecnologias. Essas constantes mudanças desafiam a capacidade e a criatividade dos gestores, consequentemente essas mudanças incentivam a adaptação a estas novas situações. Portanto, é importante que a sociedade esteja preparada para enfrentar e se adaptar ao ambiente em constante transformação. Neste contexto, a Educação Financeira desenvolve habilidades que darão suporte às pessoas nas tomadas de decisões, fazendo uma boa gestão de suas finanças pessoais. Essa capacidade facilita uma maior integração dos indivíduos na sociedade e contribui para o surgimento de um mercado mais competitivo e eficiente (VIEIRA; BATAGLIA; SEREIA, 2011).
Com as facilidades da vida moderna, adquirir bens e serviços com o uso do cartão de crédito simplificou a atividade de gastar, porém com o mau uso dos cartões de crédito, é possível perder o controle dos gastos e com isso, consequentemente, acumular dívidas e este fato está relacionado com a falta de conhecimento sobre a Educação Financeira. Muitos não possuem o hábito de controlar os gastos, não tendo a noção exata das entradas e saídas, com isso perdendo a disponibilidade de recursos (VIEIRA; LINS; SILVA, 2021).
A Educação Financeira tem como objetivo oferecer ferramentas para que as famílias, com diferentes níveis de renda, possam suprir suas necessidades alimentares, educar seus filhos, comprar sua casa própria e planejar o futuro. E para que consigam poupar, até pequenos gastos, é preciso obter informações e desenvolver habilidades que irão proporcionar uma melhor gestão do dinheiro. Com isso, a Educação Financeira é um investimento que beneficia os clientes e os prestadores de serviços financeiros. Ensinando boas práticas de gestão financeira relacionadas a renda, gastos, poupança e empréstimos, a Educação Financeira permite que as pessoas administrem melhor os recursos, compreendendo as opções financeiras e melhorando seu bem-estar (AMADEU, 2009).
Segundo Huf e Zdanowicz (2017), para as tomadas de decisões o planejamento financeiro é fundamental, visto que o mesmo proporciona uma melhor gestão nos negócios, podendo assim atingir os objetivos de maneira segura. E na vida pessoal não é diferente, já que antes de qualquer compra, deve-se analisar se há necessidades e condições para essa aquisição, e se a mesma irá afetar negativamente os demais objetivos. Desta forma, antes de realizar algum investimento ou até mesmo a aquisição de algum bem, é preciso fazer uma análise dos recursos disponíveis, do contrário pode-se vir a ter uma situação de endividamento.
A falta de conhecimento sobre a Educação Financeira traz sérias consequências para sociedade em geral, pois os jovens estão cada vez mais endividados já que a disponibilidade de crédito está cada vez mais fácil e muitas vezes não tem a necessidade de uma comprovação de renda (SILVA et al., 2019).
Sabe-se que não é preciso parar de consumir, e sim consumir de forma consciente e controlada, reservando uma certa quantidade do que se ganha, para adquirir uma vida mais tranquila e consequentemente uma melhor qualidade de vida. Assim, o planejamento financeiro pessoal faz parte de um processo que inclui o desenvolvimento de estratégias para atingir metas e objetivos, que devem ser definidos na hora de planejar o futuro (HUF; ZDANOWICZ, 2017).
A Educação Financeira corresponde ao conhecimento de como controlar, planejar e organizar suas finanças. Esse conhecimento deve ser transmitido pela fundação familiar e pelas instituições de ensino. Quando essas duas entidades trabalham juntas para construir esse conhecimento, ele se torna mais concreto. Além de não ter uma cultura baseada em Educação Financeira de qualidade, o Brasil vive atualmente uma crise econômica que atinge todas as classes sociais, principalmente os de menor renda. Assim, aliando o fato da falta de Educação Financeira, a cultura do consumismo no país e o atual déficit econômico, consequentemente essas classes acabam se encontrando em situações cada vez mais críticas (SILVA et al., 2018).
Brutes e Seibert (2014), dizem que a Educação Financeira ensina de forma consciente a usar o dinheiro e saber gastar melhor, mantendo o equilíbrio financeiro para que você possa estar preparado para eventuais emergências, projetos de vida e até mesmo a garantia do futuro. Embora existam alguns programas, esse conceito não é ensinado nas escolas.
Com isso, muitas vezes os jovens acabam repetindo os erros dos pais e entrando no mercado de trabalho sem saber como administrar seu salário. Portanto, a Educação Financeira não é apenas sobre números, ganhos e gastos, mas também sobre o bem-estar das pessoas e sua capacidade de enfrentar problemas, de ter entendimento para tomar melhores decisões, conhecer os riscos que existem e também os benefícios que a decisão pode trazer no curto e longo prazo. Ou seja, ter conhecimento sobre a gestão das finanças pessoais traz muitas vantagens para o indivíduo, ajuda-o a elaborar um orçamento familiar, permitindo que tenha o conhecimento necessário para tomar as decisões certas, se é o momento certo de consumir ou investir ou a decisão de economizar determinados recursos.
O orçamento familiar é um método simples que serve para auxiliar nos gastos da família, todas as entradas e saídas de dinheiro no mês, para saber quanto gasta, quanto dinheiro tem e se pode gastar mais ou se deve poupar. A família é como um negócio, onde é preciso ter metas, planejamento e orçamentos de gastos. É comum muitos não perceberem a grande importância que se obtêm ao controlar seus gastos por meio de um orçamento financeiro. Por mais que falar de finanças seja algo bastante complexo, é extremamente necessário, sendo fundamental que haja uma excelente organização e disciplina financeira para garantir um bom resultado (COLELLA et al., 2014).
A Educação Financeira tem como intenção ajudar os adolescentes, jovens e adultos a gerenciar sua renda e a economizar ou tomar decisões de investimento, desenvolvendo consumidores mais informados. Também trata de questões sociais e busca formar pessoas com maior senso de responsabilidade e compromisso com o futuro. Isto é, Educação Financeira reside na capacidade de fornecer aos seus beneficiários os elementos teóricos necessários para a tomada de decisões nos aspectos práticos da vida cotidiana. Entre outros fatores, está diretamente relacionado ao entendimento de que a capacidade de uma pessoa tomar empréstimos está diretamente relacionada às suas restrições orçamentárias. O incumprimento dessas ações conduz muitas vezes ao sobre endividamento, após o que o nome do solicitador é rejeitado pela Unidade de Proteção ao Crédito (DORNELA et al., 2014).
Com base na importância sobre a Educação Financeira, Cruz et al. (2017), afirma que a formação de crianças logo no ensino fundamental é o cuidado com o futuro dela mesma, de seus familiares e de todos que estão ao seu redor, ou seja, a Educação Financeira é um conhecimento fundamental na vida das pessoas, lhe proporcionando melhoria na qualidade de vida, garantindo um futuro melhor e tranquilo financeiramente. O autor também diz que, conscientizar as crianças na fase escolar é prepará-las para que na fase adulta elas saibam identificar e como alcançar os seus objetivos financeiros. Com isso, é visível a necessidade de capacitar a criança desde o início, deixando claro o porquê a Educação Financeira ser realmente importante para a vida, e conhecer de onde vem o dinheiro, como ele é gerado e porque ele é fundamental para a economia.
Para Villela (2019), por mais que o mercado financeiro não seja altamente explorado por jovens investidores, o mesmo tem mostrado um grande crescimento nos últimos anos. Com isso, evidenciando que para alcançarem seus objetivos e sonhos, é de grande importância que o indivíduo possua uma base de conhecimento para conseguir fazer o controle de suas despesas e possíveis investimentos. Atualmente os jovens são altamente tentados pelas armadilhas do consumo, comprando coisas para estar na moda ou por status. Além disso, alguns pais não restringem o consumo de crianças, que consequentemente não conseguem controlar seu consumo quando adultos. Portanto, aprender sobre finanças ajuda os jovens a distinguir o necessário do supérfluo, tornando-os consumidores mais conscientes (BRUTES; SEIBERT, 2014).
Por isso, há uma grande necessidade dos jovens, e até mesmo as crianças, aprenderem sobre a importância da Educação Financeira, pois desde o início precisam saber lidar com o dinheiro para que possam saber administrá-lo no futuro. A gestão ineficaz das finanças pessoais entre os jovens pode acabar desencadeando muitos conflitos pessoais e sociais, como dificuldades interpessoais na sociedade. Embora essa sociedade seja considerada por muitos como consumista, é necessário uma atenção ao administrar as finanças pessoais para evitar maiores prejuízos (SILVA et al., 2018).
A Educação Financeira é tão importante quanto todos os outros ensinamentos básicos, pois a todo o momento há manipulação do dinheiro. A vida pessoal é diretamente afetada pelo dinheiro e, é a razão da vida profissional. Consequentemente, é comum vermos jovens se deparando com o endividamento, sofrendo com o consumismo, sem saber planejar o próprio futuro e controlar o próprio dinheiro (DE SOUZA, 2012).
Atualmente os jovens crescem rodeados de inovações tecnológicas, muitas delas consideradas fundamentais para o desenvolvimento pessoal, social e profissional. Com isso, essas inovações deram origem a novos dispositivos ultramodernos como smartphones, tablets, jogos e outros que quase sempre possuem um alto custo. Também, o efeito consumista da publicidade em massa na televisão, no rádio e na Internet aumentou não só o desejo de compra desses aparelhos eletrônicos, mas também a compra de roupas, calçados, cosméticos, móveis, utilidades domésticas, serviços de viagens, veículos e imóveis. Trazendo consequentemente, esse desejo de comprar que tem impacto não apenas nos jovens, mas em pessoas de todas as idades na sociedade (CORREIRA, 2015).
Com o constante avanço da tecnologia e com novos meios financeiros que existem no mercado, o ideal seria que as pessoas utilizassem esses novos meios para facilitar o controle e planejamento financeiro pessoal. Mas, infelizmente muitos brasileiros padecem por falta de controle em suas decisões financeiras, e acabam em endividamento não conseguindo guardar uma quantia necessária para sua aposentadoria, causada pela falta de instrução ou conhecimento sobre finanças pessoais (FREITAS et al., 2021).
Portanto, para saber mais sobre Educação Financeira, conheça o livro: Quem faz, enriquece, do escritor Eder de Paula, publicado pela editora Appris em agosto de 2023, que fala sobre Educação Financeira como um todo, tanto na parte de organização como também mostra formas de multiplicação e manutenção de patrimônio, visto que, é um livro de fácil entendimento com uma linguagem coloquial, onde qualquer pessoa, independentemente do nível de conhecimento, vai conseguir entender.
Eder de Paula
Especialista em Mercado Financeiro e Investimentos pela Universidade Federal de Goiás (UFG), atuou por 3 anos como Agente de Investimentos na XP Investimentos, que é a maior corretora independente do Brasil, atuou também como professor por 4 anos, servidor público por 22 anos, escritor, palestrante, mentor financeiro, multiempresário, possuindo 4 empresas nos ramos de construção civil, comércio físico, publicidade e marketing digital.
Deixe um comentário