A obra a qual o leitor entreverá intercorre, a priori, de um encontro. Porém, não corresponde a qualquer encontro e sim da união de corpos que se compõem e, pari passu, engendram distintas dimensionalidades e possibilidades de significação. Nessa heterotopia, cada qual pode adjudicar às ressignificações a esses espaços, de modo adstrito à singularidade de cada um. Particularidades advindas de muitas vidas dedicadas à compreensão e à defesa de um fenômeno inebriante, a saber: o Jogo. Nesse sentido, o presente livro não diz respeito a uma apologia panegirista, tampouco infundada no plano epistêmico à semelhança da observada em enunciados e intervenções pedagógicas (por suposto) assentadas no Jogo, cujo teor não sobrepuja o limiar do lugar comum. Ou ainda, sob a égide de ativismos e discursos “apaixonados”, com efeito, inócuos e pouco elaborados. Ora, este livro assume o Jogo em um plano gnosiológico (e científico) e tal-qualmente na esfera de suas implicações para formação e emancipação humana. À vista disso, os textos constitutivos deste tratado em defesa do jogo, em suma, orientarem-se por análises e investigações respeitantes aos fundamentos teóricos do Jogo e suas concatenações com variadas áreas de conhecimento. Donde recomendamos a indispensabilidade de se “construir pontes”, dentro e fora do universo acadêmico, de maneira cuja obra possa ensejar novos debates, pesquisas, análises críticas, propiciando o avanço do conhecimento relativo ao mote. Para sistematizar esses estudos e compor este tratado, subdividimos o presente livro em três eixos (epistemológicos), quais sejam: Diálogos Epistemológicos a respeito do Jogo; Diálogos Metodológicos sobre o Jogo; Diálogos Interdisciplinares relativos ao Jogo. Cada eixo compreende um conjunto de especificidades, conquanto pertinente exprimir o fato de elas integrarem um todo. De resto, espera-se (assaz) cujo(a) leitor(a) possa apreciá-la, de igual modo se permita enlevar pelas veredas do existir “jogante” e “brincante”.