Por Ed Andrade, autor de A Marcas de Fezinha
Esse é um tema em voga e extremamente necessário em nossa sociedade. Essa temática não é coisa apenas para “gente grande”, mas para ser tratada também na infância, uma vez que as imagens que passam a morar em nossas mentes desde essa fase são capazes de influenciar nossos pensamentos durante toda uma vida. Assim, quando abordamos esses assuntos ainda nesse estágio, temos a possibilidade de construir uma sociedade mais igualitária e justa.
Neste sentido, a literatura infantil tem um papel fundamental na formação das nossas crianças, principalmente, quando os livros passam a apresentar personagens mulheres em um contexto diferenciado, de maneira positiva, como protagonista, com ilustrações bem projetadas, especialmente, quando essas personagens são de origens africana, afro-brasileira e indígena.
Essa representatividade nos livros infantis é urgente. Pois, nossas meninas e meninos, precisam conhecer mulheres heroínas, de diferentes regiões e religiões deste imenso Brasil, que lutam por equidade e respeito, que descortinam mundos e também descolonizam saberes. Mulheres que não estão presas em realidades fantasiadas, que podem até não vestirem capas e terem superpoderes, mas que têm marcado a história brasileira, e isso nem sempre é explorado e enfatizado em nossa sociedade, sobretudo, na literatura infantil.
Vale ressaltar que, embora existam poucos livros infantis que trazem essa representatividade, é perceptível um avanço nessa área. Deste modo, é importante que as crianças tenham acesso a essas histórias para conhecerem e valorizarem a contribuição das mulheres negras e indígenas para a sociedade brasileira desde cedo. Para saber mais sobre o tema, conheça a obra As marcas de Fezinha.
Currículo do autor
Edwilson da Silva Andrade, popularmente conhecido como Ed Andrade, é pedagogo, professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Especialista em Relações Étnico-raciais e Educação, atualmente está fazendo uma segunda graduação em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo, assim como o Mestrado em Ensino e suas Tecnologias no Instituto Federal Fluminense. Seus livros retratam temas que envolvem a representatividade, ancestralidade e identidade, como De que cor é a minha Puri?, publicado pela editora Ases da Literatura em janeiro de 2023, e o seu mais recente lançamento pela editora Appris, As marcas de Fezinha.