SABER QUEM SOU
Por Ana Laura Vegiato Moya de Melo, autora de Minha Descoberta de Mim
Minha filha de sete anos é apaixonada em Frozen, mais especificamente pela Elsa. Bom, minha amiga de faculdade também é. Nós compartilhamos essa paixão de ver o mundo através dos contos de fadas, ficções científicas e bonecas. O nome da minha filha veio dessa paixão, Bárbara, em homenagem a uma boneca que tem como lema “ser o que quiser”, é o que eu desejo a ela, viver sua plenitude.
Mas como fazemos isso? Um ponto da resposta está lá no Frozen 1, na canção “Livre estou”. Ser livre é maravilhoso! Nos desapegarmos daquilo que nos faz mal, das crenças limitantes e daquele grupo tóxico da sociedade que te taxa de qualquer coisa ruim por ser diferente.
Então veio Moana e eu, que não tinha assistido ainda, perguntei à minha amiga se era bom e ela respondeu: “É melhor que Frozen, Ana! Não é “Livre estou” é “Saber quem sou”!”
Uma pessoa não consegue ser livre se ela não sabe quem é.
No filme, a Moana também se sente diferente porque tem algo a chamando e que não é o que se espera dela. Mas diferente da Elsa, que se sente culpada e traumatizada por quase matar sua irmã, levando-a ao isolamento e uma maior rigidez, pois antes de terminar seu treinamento e ser livre, ainda muito jovem, perdeu sua rede de apoio; Moana conseguiu manter essa rede de apoio por mais tempo e, inspirada neste relacionamento maravilhoso com sua avó, resolveu se descobrir.
O interessante é que, em Frozen 2, Elsa e Anna fazem o mesmo caminho que Moana e vão atrás de suas ancestralidades, porque não há liberdade sem identidade.
O autoconhecimento é o principal objetivo da maioria das terapias existentes, inclusive da psicoterapia.
Na Psicologia falamos em nos conhecer, saber como funcionamos, os mecanismos de defesa que usamos diante da vida, as nossas melhores ferramentas de enfrentamento, ou seja, nossas qualidades.
Mas não é somente com a psicologia, psicanálise ou psiquiatria que você se descobre.
Há várias outras maneiras, mas antes de qualquer coisa é preciso estar atento, pois a observação é a ferramenta mais importante nesta jornada.
Quando usamos da auto-observação para obter autoconhecimento, seja com a ajuda de um profissional, ou seja no seu dia a dia, é muito importante lembrar que este não é um espaço para julgamento!
Para mim, o processo da cura envolve três estágios:
- Autoconhecimento: que você faz se observando todo dia, numa sessão com um profissional, meditando, numa viagem para se descobrir, entre outros;
- Autoestima: que se trata do amor-próprio. Neste momento, há o acolhimento de tudo o que foi encontrado, sem julgamento, só amor;
- Integração ou autoaceitação: que pega tudo o que foi neutralizado no acolhimento e integra, sem excluir nossas sombras pois fazem parte de nós.
O segredo para integrar nossas sombras é acolhê-las. Lembrar que não somos perfeitos e que está tudo bem. Uma ferramenta poderosa para integrar a sombra é nomeá-la e conversar com ela como se fosse uma parte de você criança que foi abandonada e não soube crescer.
Quando você se conhece, ama e aceita, então pode-se dizer que sabe quem é, portanto está livre para ser a única pessoa que pode ser: você mesma! Aproveite-se!
Se quiser acompanhar como a Malu soube quem era, leia a obra “Minha descoberta de mim”.
Ana Laura Vegiato Moya de Melo
Psicóloga, consteladora sistêmica, radiestesista, mãe e reside em São Paulo com sua família e gatos. Tem como sonho o projeto Casa de Cura que enfoca na promoção de saúde integral, além de ser apaixonada por qualquer tipo de arte.
Deixe um comentário