Saia da sua Tenda!
Por Audimar Schwanck Schuaste, autor de Saia da sua Tenda: Evite o Inevitável
Há uma pandemia letal que vagueia de um extremo a outro do planeta, ela é invisível, mas seus danos são catastróficos, destrói sonhos, famílias e enclausura suas vítimas na escuridão da mente, levando a crer que a tragédia é inevitável, mantendo-a em um casulo intransponível de medo, ansiedade e traumas.
Não precisa de muita inteligência para perceber que o planeta está doente, que nos falta algo que preencha o vazio existencial, o egoísmo tomou proporções avassaladoras, e o sistema comandado pela minoria se retroalimenta da falta de consciência e percepção da maioria, o teatro do entretenimento é milenar, e foi criado para manter distraídos os que não ousam refletir e evoluir, usurpando do poder que habita em cada um de nós, mantendo-nos no ciclo da ignorância à espera da próxima migalha da isca no anzol.
Somos a mesma espécie, dotadas dos mesmos elementos, mente, corpo e espirito, mas resolvemos confrontar o criador e dividir em grupos e subgrupos com raças, etnias e credos, credenciando-nos a autodestruição.
A chegada da internet e as redes sociais potencializaram esta divisão, é o palco aonde pessoas feridas, ferem pessoas, a cultura do cancelamento aonde todos são advogados, médicos, juízes e tudo o que acham ter direito.
Mas diante do caos estabelecido é possível que aja uma saída?
Sim, pela renovação da própria mente, há só um caminho: enterrar o velho para que tudo se faça novamente. Quando nos transformamos, transformamos o mundo em nossa volta, e sementes plantadas germinam e geram muitos frutos que se perpetuam. Não existe o impossível quando o indivíduo se dispõe a percorrer o caminho do milagre… novos pensamentos geram novas ações que geram novos resultados.
Precisamos nos reconectar com a fonte
Estamos todos conectados em rede, são milhares de aplicativos, redes sociais e plataformas de jogos que nos dão a oportunidade de interagir com qualquer pessoa do mundo, de qualquer lugar, aonde estivermos.
Não há mais fronteiras para o acesso ao conhecimento e a informação, está tudo disponível na palma da mão, basta um click.
Mas o que é conhecimento? Será possível absorver tanta informação disponível e transforma-la em ferramentas que ajudem na construção do ser?
O conhecimento difundido é relevante para a formação de interesse do indivíduo, porém a informação viaja na velocidade da luz com tantas controvérsias que se torna praticamente impossível filtrar tantos dados ao mesmo tempo, arquivando o que seja pertinente.
A própria epidemia mundial de corona vírus que se alastrou no início do ano de 2020 foi uma demonstração do poder ao qual somos expostos diariamente, exacerbadas informações que nos deixaram com mais perguntas que respostas, autoridades mundiais se contradisseram em relação à quais medidas seriam mais eficazes no controle da disseminação do vírus e tanto quanto à quais medicamentos teriam maior efeito contra a doença. A propagação de notícias falsas tomou proporções inimagináveis na história humana, gerando conflitos cabulosos entre indivíduos e toda a sociedade, culminando num caos social que deixou marcas permanentes em indivíduos e famílias de todo o mundo.
A quantidade e a velocidade das informações que nos chegam diariamente não condizem com nossa capacidade de discernimento humano, somos os únicos seres racionais do planeta, mas mesmo dotados desta ciência, agimos de forma irracional com outros da mesma espécie, seja por poder, ganancia ou ideais ativistas.
A internet da interação e informação apenas potencializou a competição e comparação entre povos, indivíduos ou grupos, trazendo a luz o caos que a humanidade se tornou pelo apreço ao próprio ego, as frustações são causas cada vez mais minimalistas, tragédias anunciadas são replicadas cotidianamente em nossos lares, escolas e espaços públicos.
Os consultórios de psiquiatria nunca tiveram uma demanda tão exacerbada de crianças, jovens e adultos submersos na desilusão e frustação diante da incógnita apresentada em sua existência. Segundo dados da OMS, uma a cada 100 mortes ocorrem por suicídio, em 2019 97.339 pessoas cometeram suicídio na região das américas, e estima-se que as tentativas de suicídio foram 20 vezes maiores que este número.
Pela primeira vez, os filhos estão apresentando um QI inferior ao dos pais, mergulhados diariamente nas redes sociais em busca de likes e aprovações, estamos nos distanciando da vida real, diminuindo as interações intrafamiliares, essencial para o desenvolvimento da linguagem e do emocional, levando a subestimulação intelectual, que impede o cérebro de desenvolver todo o seu potencial.
Mas se estamos totalmente interligados e interagindo, não seria a tecnologia a ferramenta ideal para experimentarmos o ápice existencial?
A resposta é não, estamos interligados, mas desconectados, a interação por meio da tecnologia não traz o aconchego emocional que necessitamos como espécie humana, um like não representa um aperto de mão, um abraço ou um elogio sincero, um compartilhamento não representa uma mão amiga em horas de necessidade. Estamos próximos fisicamente de filhos, pais, mães, maridos, esposas, amigos e amigas, mas pré-dispostos a interagir com algo ou alguém que está distante, expondo nossos sonhos e aflições ao relento, enquanto a rede usa de algoritmos para nos oferecer algo para consumir segundo o nosso perfil já exposto, quando menos percebemos já estamos hipnotizados e subordinados ao sistema, que nos entrega prazeres momentâneos até que estejamos sucumbindo a um vazio existencial.
Seria possível parar esta evolução desenfreada da tecnologia e informação?
Não, este jogo não possui reset, somos nós que precisamos estabelecer parâmetros para conviver com ela sem perder o entusiasmo pela vida, pois somos seres relacionais e necessitamos do contato afetivo em nossos relacionamentos interpessoais.
É preciso parar de fazer uma média ponderada para se encaixar na dimensão do espaço tempo delimitada por algo ou alguém, não são as coisas e as pessoas que nos machucam, mas a maneira como respondemos aos atos e desafios impostos diante de nós.
Estamos por vezes correspondendo a pautas que não nos edificam, relativizando o obvio inconscientemente para seguir a massa. Tenha em mente que toda salvação e prosperidade é individual e não da sociedade, você precisa evoluir em consciência, libertando-se de crenças inconscientes que corroboram para ciclos infindáveis de medo, angústias e aflições.
Quando você se predispõe a evoluir, desfazendo-se dos velhos padrões, o mundo que você vê também se transforma, pois é o nível de consciência que determina a reação diante das tempestades da vida, não se trata de quantas vezes você cai, mas sim de quantas vezes se levanta, uma fase não é o fim.
As coisas nada mais são do que o significado que damos a elas, se você quer mudar seu amanhã precisa semear hoje, despertando o gigante adormecido que habita no seu interior, levando você a uma nova perspectiva de mundo, libertando-o (a) do jugo pesado da auto vitimização, permitindo alçar voos em busca de novos horizontes, antes intransponível.
Não permita que as mazelas da vida te engessem e te impeçam de viver o extraordinário, deixar as coisas velhas para trás causa dor, mas viver novas experiências libertam, o reino de deus habita dentro de você, não cesse de procura-lo e ao encontrar ficara perturbado, e ao perturba-se ficara maravilhado, e reinara sobre o todo.
Audimar Schwanck Schuaste nasceu em Torres, no Rio Grande do Sul, em 1981. Vive em Três Cachoeiras/RS. É casado com Vanessa Roxo Schuaste, corretora de seguros, com quem tem dois filhos, Isadora com 14 anos e Nicolas com 3 anos. Concluiu o Ensino Médio em escola pública estadual, ajudou a fundar e vender três empresas com atividades voltadas para a construção civil, é empresário e autodidata em gestão de empresas, já foi, entregador de jornais, cobrador de ônibus e caminhoneiro.
Escritor, leitor e estudioso de obras que permeiam a consciência humana e os impactos positivos ou negativos que ela gera nas áreas da vida como individuo, refletindo na sociedade, acredita que o reino de Deus habita no interior de cada ser, e que para acessá-lo é necessário transcender a dimensão do espaço/tempo, despertando para uma vida plena.
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