Uma Iniciativa Audaciosa de Ensino: Inovando na Engenharia
Por Otávio de Avelar Esteves, autor de Uma Iniciativa Audaciosa de Ensino: Inovando na Engenharia
Em tempos em que a Engenharia assume um protagonismo cada vez maior no mundo e a sociedade clama por transformações significativas no profissional da área, cobrando-lhe maior comprometimento com aspectos éticos, políticos, ambientais e socioeconômicos de sua atuação; as concepções tradicionais da formação de engenheiros dão mostras: de seu total anacronismo, nesse sentido, e de causar enormes incômodos nos jovens atuais, provocando, dentre outros, enormes taxas de evasões escolares e baixíssimos níveis de procura pelas ofertas dos cursos no país.
Nosso livro, narra uma história exitosa de um curso de Engenharia criado exatamente com o objetivo de enfrentar estes desafios, implantado com uma concepção absolutamente diferente da convencional e que por isto foi classificado com nota máxima no MEC, e recebeu dos avaliadores, em seu relatório para o reconhecimento do curso, a seguinte citação: “[…] O curso apresenta uma estrutura curricular inovadora, baseada em atividades integradoras […] É uma iniciativa audaciosa, pioneira no ensino de Engenharia no Brasil, e pode fornecer informações importantes para a construção de projetos pedagógicos mais modernos […]”. Saliente-se que a concepção educacional narrada no livro não se restringiria à engenharia.
O livro inclui justificativas para as mudanças, fundamentação científica e epistemológica muito consistentes, para o que foi implementado, descrição do projeto pedagógico e ainda um capítulo com resultados recentes de uma pesquisa estatística com as trajetórias dos engenheiros formados nas dez primeiras turmas.
A seguir, apresentam-se trechos de sete depoimentos de alunos do curso que me foram dados em momentos diversos durante os doze anos em que coordenei o curso de Engenharia de Energia (guardo muito mais de uma centena destes):
1. Cursar […] foi extremamente libertador: uma gama de possibilidades […] foram ofertadas e coube a cada um aproveitar […] da maneira que lhe era interessante. 2. […] entrei fragilizada no Ensino Superior, insegura e tímida. […] tive a sorte de escolher um curso com uma nova visão, que, ao contrário do tradicional, trouxe-me crescimento técnico, pessoal, da autoestima, da segurança […] 3. O curso […] mudou o meu modo de aprender, pensar e a minha visão tanto no âmbito universitário, quanto […] com pessoas fora da Universidade. A metodologia […] é o diferencial, […] possibilita um aprendizado real, ao permitir que o estudante saia da zona de conforto de espectador, que apenas recebe informações e passe a atuar como responsável pelo seu próprio aprendizado […] 4. […] Vim de outro curso de Engenharia. A metodologia da […] me fez ver que estudar é sim muito bom e necessário. Eu consegui aprender muito mais com a forma adotada […] 5. […] quando me perguntam se eu me arrependi em ter trocado de curso, sem titubear eu respondo que, talvez, o único arrependimento tenha sido não tê-lo feito antes […] 6. […] Fiz dois períodos de outra Engenharia […] A diferença que senti logo nas primeiras aulas […] foi enorme. Consigo aplicar tudo que aprendi em sala de aula, no mundo, fora da Universidade. A metodologia […] é única […] 7. Professor, me formei em dezembro e agora em janeiro fui aprovada no Trainee na […] Te juro!!! Eu não imaginava que as minhas experiências […] teriam tanto impacto na maneira como raciocínio. […] Eu sou um exemplo de que estamos no caminho certo! Eram mais de 25 mil candidatos, para 12 vagas! Concorri com muita gente da USP, da Unicamp etc. e fui aprovada graças à linha de raciocínio que desenvolvi no curso! Obrigada!
Otávio de Avelar Esteves é Engenheiro Eletricista (1974) e Mestre em Ciências Técnicas Nucleares, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sempre fascinado pela Ciência e Magistério, seguiu carreira procurando unir as duas paixões e não hesitou em se envolver em questões inquietantes, não triviais e, até mesmo, polêmicas, decorrentes disto. Trabalhou no Instituto Pesquisas Radioativas (IPR), onde permaneceu por 2,5 anos, de onde se transferiu para a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC), onde contribuiu em vários projetos de pesquisa na área ambiental, chegando a assumir uma diretoria e a presidência. Desde os tempos do IPR, em paralelo, foi acadêmico na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). No princípio dos anos 1990, iniciou estudos sobre a complexidade de sistemas e os desdobramentos da Segunda Lei da Termodinâmica, temas que a ciência tradicional infelizmente “marginaliza”. Enveredou pelos “Novos Paradigmas da Ciência” e os processos cognitivos. Atualmente participa da Gestão da Sociedade Mineira de Engenheiros – SME.
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