Por Cristian F. Domingos, autor de Eu, Thiago: Superando as Tempestades
Você já se pegou pensando na pergunta “O que é homofobia”?
A resposta mais simples seria: preconceito contra homossexuais. No entanto há muito mais a ser considerado e discutido sobre o assunto, tendo em vista ser um tema que se tornou de fato discutível na sociedade apenas nos últimos vinte, trinta anos.
Homossexuais e todos LGBTQIA+ lutam constantemente por direitos e espaços na sociedade. Os governos e grande parte da sociedade podem acreditar erroneamente que este é um assunto ultrapassado e que não vale a discussão, pois não produzira nada de novo. Neste caso, é sugerido expandir a discussão sobre outros assuntos que ainda hoje são temas de discussão, como por exemplo o direito das mulheres de igualdade de gênero e o racismo.
Podemos dizer que estes dois assuntos acima são muito mais antigos que assuntos relacionados ao púbico LGBTQIA+, mas ainda assim não conseguiram mudar consideravelmente a mentalidade da maioria da sociedade, que ainda é sexista, racista, xenofóbica e preconceituosa.
Também nos perguntamos o que são direitos iguais, quando e o que queremos. Pensando nisto, se faz necessário analisar o que realmente seriam esses direitos. Um bom exemplo seria a mulher poder votar, ou ainda, o direito de receber um pagamento igual ao dos homens e respeito. Se tratando da área de trabalho, muitos homossexuais têm seu direito de igualdade revogado, sabendo que empregadores não aceitam tais pessoas com tanta facilidade e eles tendem, em maioria, manter segredo de sua sexualidade quando não aparentam fisicamente, pois seja em lojas ou fábricas a presença de um homossexual pode atrapalhar o convívio com outros empregados ou com clientes, que podem deixar de frequentar os estabelecimentos. Muitos empregadores contratam homossexuais com salários inferiores.
Ser homossexual em um país como Brasil é muito complicado devido as reações graves dos religiosos e fanáticos cegos (especialmente os crentes) que acreditam em tudo que ouvem sem questionar ou procurar a “verdade” do assunto. Por mais que acreditemos que muitos dos escritores da bíblia apenas escreveram como lhes foi inspirado por Deus, sabemos que eles ainda eram homens, humanos, e suas inspirações carregavam suas crenças, e muitas partes da bíblia fazem com que percebamos que há muitos pontos contraditórios. A bíblia, em resumo, é um punhado de livros que foram selecionados para formar a base dos dogmas do culto cristão.
Não é o intuito criticar os religiosos, apenas depositar a esperança do momento que eles irão se desvencilhar do medo para procurar saber as suas verdades, ao invés de acreditar nas verdades de pastores que fingem saber sobre a bíblia, usando-as para enganar seu público-alvo. Como referência, falando das situações das mulheres, podemos ler o livro de Levítico na bíblia e comparar a ignorância do escritor com as crenças limitantes que permeiam ainda o inconsciente coletivo dos fanáticos, pois sem o ato sexual no período fértil das mesmas, como a humanidade conceberia nossas crianças e nosso futuro?
O que nos traz aqui é o descobrimento da sexualidade, pois acreditamos que é um processo natural. Não se torna natural quando estamos cercados de preconceitos que desencadeiam processos de dor, medo e insegurança por todos os lados. Precisamos lidar com a família, os amigos, as crenças limitantes e tudo que nos provoca medo para conseguirmos aceitar em plenitude o que realmente somos.
Agora, imagine uma criança ou adolescente vivendo todos estes medos sem ninguém para apoiá-lo e sem ter com que falar sobre os medos e preocupações, “cercados de inimigos” estas crianças, sem ter como se proteger, acabam passando por inúmeras situações humilhantes, degradantes e constrangedoras, como por exemplo um adolescente gay fingir um comentário sobre o corpo de uma garota apenas para evitar ser percebido gay por seus colegas de turma.
Em Eu, Thiago superando as tempestades tento mostrar uma fração do mundo e da dor vivida por estes adolescentes, bem como as possíveis consequências. Espero que a leitura do livro os agrade e lhes mostre um novo mundo, lhe oferecendo a oportunidade de construir sua própria opinião.
Cristian Fernandes Domingos Natural de Criciúma SC 19/01/1986 formado no segundo gral pela prova do ENEN Ama ler e escrever enquanto escuta músicas dos mais variados ritmos e línguas. um apaixonado por mitologias de nórdicas a egípcias, história, Química amante de animes mangas e muitas tipos de obras que retrata a vivência de pessoas LGBTQIA+.